Esta é a estreia da nossa coluna de vinhos, escrita por Sabrina Trézze, jornalista, sommelière e diretora na ABS-Rio! Neste primeiro artigo, vamos falar de cinco rótulos de Syrah, uva nascida na região francesa do Vale do Rhône. Aliás, uma das uvas viníferas que atualmente mais ultrapassa as fronteiras de sua terra natal, se adaptando a outros terroirs para dar origem a vinhos repletos de personalidade. Diz a lenda que o vinho servido na última ceia de Jesus Cristo com os apóstolos teria sido um Syrah e, histórias à parte, uma coisa é certa: trata-se de uma das castas mais antigas que se tem notícia. Portanto, vamos saber um pouco mais dessa uva e seus vinhos?
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Sem dúvida, os vinhos mais valorizados de Syrah estão no Rhône, incluindo aí alguns dos exemplares mais famosos entre os apreciadores, como Hermitage, ao norte, e Chateauneuf du Pape, sendo este último geralmente elaborado com o trio GSM (Grenache, Syrah e Mourvèdre), uma das combinações de uvas mais aclamadas do mundo. É notável, ainda, que a Syrah figura plena entre os cortes dos rosés de Provence, se unindo, sobretudo, às parceiras Grenache, Cinsault, Mourvèdre e Tibouren, bem como em exemplares do Languedoc-Roussillon. Além da França, a Syrah tem se destacado em vinhos varietais no Alentejo, em Portugal, Puglia e Toscana, na Itália, e La Mancha, na Espanha.
Porém, quando se fala em Syrah no Novo Mundo, quase que instantaneamente nos vem em mente a Austrália, onde é conhecida como Shiraz. As primeiras videiras da casta chegaram ao país no século XIX, pelas mãos do escocês James Busby, considerado o pai da vitivinicultura australiana, e se adaptaram lindamente por lá, sobretudo em regiões do sul, como Barossa e Mac Laren Valley. Seus vinhos alcançaram excelente reputação, ganhando o coração de syrah lovers dos quatro cantos do mundo.
É possível encontrar, ainda, vinhos interessantes com a Syrah em Stellenbosch, na África do Sul, em Washington e na Califórnia, nos EUA, no Aconcágua e em Casablanca, no Chile, e, ainda, mais recentemente aqui no Brasil, onde foi eleita a uva oficial do sistema de produção via poda invertida (colheita de inverno), presente sobretudo em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, assim como em vinhedos conduzidos por irrigação na Bahia e em Pernambuco, no Vale de São Francisco.
Porém, mais do que falar sobre a Syrah, em teoria, é preciso deixá-la se mostrar em taça. Na maioria das vezes, os vinhos possuem coloração rubi profunda, com aromas de frutas vermelhas e negras, especiarias, além de um traço inconfundível: uma nota de pimenta preta bem marcada. Os exemplares de Syrah costumam se adaptar bem ao carvalho, desde que não escondam o seu caráter frutado.
Sendo assim, trago abaixo cinco sugestões de rótulos de Syrah garimpados para você se aventurar pela casta. Afinal, quando se trata de vinhos, nada como desfrutar na prática.
1) Para começar, um Crozes Hermitage 100% Syrah. Trata-se de uma opção mais em conta do que o Hermitage, visto que os vinhedos de Crozes Hermitage estão próximos desta colina histórica do Rhône norte:
– Crozes Hermitage E.Guigal : em média R$ 272,17. Importadora: Interfood
2) Um autêntico exemplar de Barossa Valley, no sul da Austrália. Perfeito para compreender as nuances da casta em solo australiano.
– Richland Shiraz: em média R$ 200,00. Importadora: KMM
3) Portugal é a terra dos blends com várias castas tintas, porém, isso não se aplica à Syrah, que vem reinando em vinhos 100% varietais no Alentejo.
– Syrah Cortes de Cima: em média R$ 230,00. Importadora: Adega Alentejana.
4) Aqui temos um clássico Syrah de colheita de inverno. Primeira Estrada é elaborado em Três Corações, no sul de Minas Gerais.
– Vinícola Estrada Real – Primeira Estrada: em média R$170,00
5) Sabe-se que foi Eduardo Chadwick quem introduziu os primeiros vinhedos de Syrah, no Chile, há 33 anos. Portanto, nada mais emblemático do que o Arboleda Syrah, do Vale do Aconcágua. Equilibrado e repleto de tipicidade.
– Arboleda Syrah: em média R$189,00. Importadora: World Wine
E é assim que chegamos ao fim desse passeio pela casta Syrah da forma que eu mais gosto: com dicas de vinhos! Até a próxima com mais novidades do mundo de Baco. Saúde!
Desbravadora de vinhos, Sabrina Trézze é jornalista, sommelière e diretora na ABS-Rio.
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