5 dicas para enfrentar o isolamento social, por uma psicóloga

1- Trabalhe as suas próprias estratégias

Faça uma seleção, de acordo com o seu perfil, das informações e dicas que você vai consumir, inclusive as de saúde mental. Elabore em uma estratégia personalizada para o seu caso. Se você está muito voltado para a catástrofe futura, foque no presente, no aqui e agora, no que você controla ou não. Portanto, tente fazer cada dia de “sobrevivência” o menos pesado possível e não o mais perfeito. Já se você está se sentido limitado pela restrição de hoje, pense nos projetos para o período posterior e vá alimentando eles. Ou seja, se os seus pensamentos estão no presente ou no futuro, você precisa trabalhá-los mentalmente de forma individualizada.

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2- Divida o tempo em pedaços

Concentre a sua energia em pequenos períodos de tempo. Pense no momento específico de agora até semana que vem e faça uma programação para isso. A partir de como as coisas vão seguir a diante, faça uma nova programação. Mas vá seguindo um ritmo “por etapas”. Lembre-se, por mais que o desejo seja seguir a rotina normal, é preciso ter em mente que estamos em um momento atípico, com um roteiro e ritmo diferente. É preciso adaptar e flexibilizar a rotina para que ela não vire mais um estressor ou uma frustração por ser seguida à risca.  Não conseguiu manter a rotina? Reprograme e tente novamente, mas com menos regras. Dica: anote, ao final do dia, o que deu certo e o que não deu – assim, você pode planejar a próxima semana baseada nos seus próprios “testes”.

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3- Comece aos poucos

Se a ideia é iniciar atividades que antes você não fazia em casa, comece com cinco minutos por vez e vá aumentando. Seja exercício, arrumação, leitura. Muitos estão fechados em uma crença do “eu não consigo em casa”: trabalhar, se exercitar, etc… Porque, na verdade, estão tentando no mesmo modelo de “fora de casa” – e aí fica mais difícil. As palavras do momento são adaptação e flexibilidade.

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4- Priorize a comunicação

Pessoas que moram com adultos podem se beneficiar – e muito – de uma comunicação mais clara. Pergunte para o outro o que é importante para ele nesse momento. Ninguém é capaz de adivinhar o que o outro sente, nem mesmo as pessoas mais próximas. Todos estão mais irritados, estressados e, por isso, as nossas necessidades estão diferentes.  Pode ser que a outra pessoa precise de duas horinhas sem ser interrompida ou até mesmo queira ficar mais próxima para assistir um filme ao fim de dia. A questão é que, nessa nova dinâmica, as necessidades mudaram. As suas e as das pessoas ao seu redor.

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5- Tenha em mente o que está (ou não) no seu controle

Isso ajuda a evitar a ruminação de pensamentos. Dentro de um círculo, temos o controle: das horas que passamos vendo notícias, de como vamos responder aos outros, o que vamos tentar fazer hoje, como podemos ajudar quem mais precisa, nossos cuidados de higiene e isolamento. Fora dessa “bolha”, não podemos controlar: as decisões políticas de cada dia, como os outros estão fazendo o próprio isolamento, as ações, atitudes e humores dos outros. Nossa última dica para enfrentar o isolamento social.

Por Daniela Faertes. Março 2020.

Fotos: Ariana Declerck e Carol Kappaun.