Durante sete anos, o célebre fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado, mergulhou na Amazônia e fotografou a natureza, os povos indígenas e os meandros da floresta, considerada o “pulmão do mundo”. As mais de 200 imagens em preto e branco, marca registrada do fotógrafo, estão expostas no Centro Cultural De La Villa (Fernán Gómez), em Madri, na Espanha, até o dia 24 de janeiro de 2024. Com curadoria de Lélia Wanick, a exposição de Sebastião Salgado em Madri, já esteve em Paris, Avignon, Roma, Londres, Manchester, Los Angeles, São Paulo, Rio de Janeiro, Milão e Zurique. Ao todo, mais de 1,4 milhão de pessoas visitaram. Aliás, o You Must Go! também esteve na exposição e, mesmo de Madri, pôde viajar pela Amazônia através das fotos!
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Com uma trilha sonora autêntica da floresta, criada pelo instrumentista Jean-Michel Jarre, o público pode contemplar imagens deslumbrantes e inquietantes sobre a selva amazônica durante 90 minutos, nos 1.000 m2 de espaço expositivo. Durante estes sete anos, Salgado conviveu com 12 populações indígenas na Amazônia e fez mais de 200 fotografias, além de 7 documentários, que sublimam a beleza da natureza, mas ao mesmo tempo alertam para a importância da conservação.
Em Madri, a exposição de Sebastião Salgado reúne imagens do céu, da terra e da água. As fotografias detalham os povos e expressam a grande riqueza que há nesta enorme selva. Obedecendo sua marca registrada, Salgado desafiou as cores e persistiu na estética do preto e branco nas fotos. Assim, Lélia projetou salões com piso preto, ambiente escuro e luz apenas sobre as obras, a fim de trazer um requinte para o espaço.
No Centro Cultural De La Villa (Fernán Gómez), além da exposição, há também um concerto, realizado pela Orquestra Nacional de Espanha, com músicas criadas por Philip Glass e compostas por Villa-Lobos, que trabalhou ouvindo sons da fauna e da natureza indígena.
“Nosso planeta nunca enfrentou um perigo tão grande como neste século. Os efeitos causados pelo aquecimento global, pela desertificação dos solos, pela poluição dos oceanos e pela destruição da biodiversidade representam um desafio significativo para o ser humano. Por isso, a floresta amazônica é um fator-chave na luta contra o aquecimento global. No entanto, a sua destruição está a acelerar com incêndios provocados intencionalmente para explorações pecuárias e plantações de soja”.
Sebastião e Lélia continuam: “O envenenamento de riachos e rios por garimpeiros independentes e a invasão de madeireiros que extraem ilegalmente madeiras nobres estão agravando esta tragédia. Esta floresta tropical abriga um décimo das espécies de flora e fauna do nosso planeta e representa o maior laboratório natural do mundo. Cerca de 310 mil indígenas vivem nesta região, abrangendo 169 grupos étnicos diferentes e falando 130 línguas. Portanto, hoje, este mundo antigo também corre o risco de desaparecer”.
Então, eles concluem: “Foi este horizonte calamitoso que deu origem a este ambicioso e urgente projeto fotográfico. O nosso objetivo não é denunciar o horror da devastação, mas mostrar a beleza incomparável desta região e sublinhar a importância da preservação da floresta e dos seus habitantes. Esta exposição é fruto de sete anos de experiência humana e de expedições fotográficas. Através do poder das imagens, pretendemos destacar a majestade da natureza e a nobre simplicidade do estilo de vida da população indígena”, escreveram Sebastião e Lélia Salgado.
Nascido em Minas Gerais, em 1944, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior é um fotógrafo especializado na fotografia socio-documental e em fotojornalismo. Assim, em 1967, formou-se em Economia na Universidade do Espírito Santo e no ano seguinte, quando fez um mestrado na Universidade de São Paulo, conheceu a ambientalista Lélia Deluiz Wanick.
Entre 1971 e 1973, Salgado trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café, em Londres. Em uma viagem para Angola, coordenou um projeto sobre a cultura do café e passou a fotografar como hobby. O premiado fotógrafo dedicou-se a imortalizar os bosques e os diferentes ecossistemas. Assim, Sebastião viajou por mais de 100 países, trabalhando em diversos projetos de fotografia documental, como a série sobre a pobreza do terceiro mundo.
Como fotojornalista do jornal New York Times, a princípio, Sebastião foi o único profissional a registrar o atentado ao presidente norte-americano Ronald Reagan, no dia 31 de março de 1981. Em setembro de 1986, o fotógrafo passou mais de um mês nas minas de Serra pelada, no Pará, onde estava instalada a maior mina de ouro a céu aberto. Por isso, entre 1993 e 1999, Salgado viajou por diversos países e fotografou a luta dos imigrantes, que resultou no livro “Êxodos”, publicado em 2000.
Sebastião Salgado também é cofundador, junto com a sua esposa, do Instituto Terra, uma entidade dedicada a reflorestar espaços naturais, que já recuperou mais de 297 espécies de árvores nativas. Na tentativa de contribuir para a proteção da natureza, o casal iniciou o projeto com o objetivo de reflorestar a fazenda, onde o fotógrafo cresceu em Minas Gerais. Assim, desde o início dos anos 2000, quase três milhões de árvores foram plantadas ali.
Assim, projetos, como o da Amazônia, são geridos pelo Instituto Terra. Na exposição do Centro Cultural De La Villa (Fernán Gómez), em Madri, o clichê “imagens valem mais que mil palavras” é pertinente. Você deve ir! Confira outros detalhes da exposição aqui.
End: Plaza de Colón, 4, Madri – Centro Cultural De La Villa (Fernán Gómez)
Data: De terça-feira a domingo, entre 10h e 21h
Preço: A partir de 9€
Outubro de 2023.
Fotos: Renata Araújo
Texto: Leonardo Marchetti
Imagens expostas: Sebastião Salgado
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