A coluna You Must See! desta semana é toda dedicada a um dos filmes mais aguardados do ano. Guilherme Scarpa fala sobre Lady Gaga e a estreia de “Casa Gucci”, de Ridley Scott, longa que certamente lutará na disputa pelo Oscar em 2022. A convite do Village Mall e da Universal Pictures, o You Must Go Blog! esteve na première especialíssima do filme, que aconteceu nesta última quarta-feira (24), no Cinemark que fica no shopping, na Barra. Era véspera da estreia mundial do longa e, para resguardar o filme de qualquer vazamento, celulares foram lacrados antes do início da exibição.
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“Casa Gucci” é superpop em todos os sentidos: tem elenco estelar, a começar por Gaga; trilha cheia de hits dos anos 1970 e 1980; reprodução de figurinos emblemáticos da grife italiana, e luxo e disputa de poder em primeiro plano. Assim, como em todo filme americano ambientado em qualquer outro país, o idioma falado é o inglês. Porém com sotaque milanês carregado de praticamente todo o elenco. Lady Gaga e Al Pacino, que tem ascendência italiana, dão um show de prosódia. Aliás, a cantora chegou a declarar que passou meses e meses falando com o acento, para torná-lo natural. E conseguiu.
É interessante observar a composição de Gaga para encarnar Patrizia Gucci. Finalmente, é uma personagem bastante distante do universo que circunda a megastar. Ela brilhou como uma vamp em “American Horror Story” e foi indicada ao Oscar por “Nasce uma Estrela”. Então, no novo filme, ela é uma garota brejeira, morena, cheia de curvas, aparentemente ingênua e sem muita cultura. Em uma de suas gafes, ela pergunta, por exemplo, se a “Adele” de Klimt seria uma obra de Picasso.
A cena acontece justamente quando Maurizio Gucci (Adam Driver) apresenta a personagem a seu pai, o ótimo Jeremy Irons. Apesar de um dos donos do império Gucci lhe alertar, logo na primeira oportunidade que a moça tem jeito de carreirista, o rapaz dá de ombros. E ainda briga com o pai para se casar, ao som de “Faith”, de George Michael. Mal sabe ele o que vem pela frente.
Contudo, é inegável que Patrizia teve um peso extremamente importante na vida de Maurizio. Não fosse a ambição e as manobras dela, que vão se mostrando terríveis ao longo da projeção, o marido não teria assumido o comando da Gucci. Advogado, ele pouco se interessava pela empresa da família. Seu tio, Aldo, personagem de Al Pacino, é quem segurava as rédeas dos negócios no início dos anos 1980.
Paralelamente à trama familiar, que também carrega muito humor graças a Jared Leto, o longa mostra a crise de identidade que a marca sofreu no período. Impagável como o primo paspalho de Maurizio, ele se considera um grande estilista, capaz de trazer frescor para a Gucci, mas é desacreditado por todos.
Muito apaixonado por Patrizia inicialmente, Mauricio logo se cansa dela. E aí que se inicia um o processo que resulta no seu assassinato. Vale ressaltar a louca participação de Salma Hayek como uma vidente e confidente da personagem de Gaga. Diretor de longas como “Aliens – O Oitavo Passageiro” e “Gladiador”, o diretor Ridley Scott, hoje com 83 anos, busca se reinventar na condução de “Casa Gucci”. Assim, é tudo muito mais sóbrio do que nos filmes de ação que já dirigiu. Como em toda cinebiografia, algumas pontas do roteiro ficam um pouco soltas, mesmo contando com mais de 150 minutos de projeção. Mas não é nada que perturbe ou confunda o espectador. Sem dúvida, é um must see que vai render e muito.
Por Guilherme Scarpa
Novembro de 2021
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