Hoje vou falar sobre Verlust, filme que marca a estreia de Marina Lima no cinema. Como apreciador da obra da cantora e compositora, fiquei especialmente feliz em começar a coluna You Must See com uma tão talentosa!
A estreia de Marina Lima no cinema
Além disso, vou dar dicas de filmes imperdíveis com cantoras. Acredito que elas fazem com alguma facilidade a transmutação do palco para a tela grande. Interpretar canções já é meio caminho andado? Talvez. Há vários exemplos disso e, aqui mesmo, listo os mais célebres. Tive (boas) surpresas ao assistir pela primeira vez à produção dirigida por Esmir Filho. E mais: pude dividir com ele as minhas impressões em um papo (também bom) por telefone. Aproveite pra ler também as 10 séries mais assistidas na Netflix e filmes sobre viagem e gastronomia.
A estreia de Marina Lima no cinema e filmes imperdíveis com cantoras
Mas, antes de falar sobre todos os aspectos que fazem de Verlust um must see!, vou direto ao principal: ver Marina como atriz, uma gratíssima revelação. Além disso, absorver ainda mais a sua expressividade cênica, mas agora em jogo, ao lado de Andrea Beltrão, é um grande turn on. Há muitas similitudes entre a cantora que Marina é e a que interpreta no cinema, sem dúvida. Essa brincadeira é levada a sério. Canções do icônico álbum Marina Lima (1991) são atribuídas a Lenny, personagem da cantora. Essa simbiose entre o real e a ficção é proposital e, segundo o diretor Esmir, só aconteceu porque Marina entrou no projeto.
Diretor Esmir Filho fala sobre a cantora como atriz
“Ela se jogou muito, topou a proposta! A gente reescreveu o roteiro a partir da entrada dela no filme. Criamos um passado fictício, foi muito forte o processo. É como se a Marina vestisse a máscara da Lenny para, no final, ser ela mesma. A entrega foi total, Marina estava muito tranquila e desenvolveu uma relação legal com a Andrea”, conta o diretor.
Beltrão interpreta Frederica, uma empresária mão de ferro do mundo da música, que mantém uma relação já desgastada de codependência com Lenny após anos de parceria comercial/afetiva. Às vésperas de um ano novo e do lançamento de um livro sobre a artista, nós que se atam e se desatam tomam conta da narrativa costurada por Esmir e Ismael Caneppele – autor do livro que originou o filme -, às vezes com pequenas barrigas sobrando, mas que são compensadas por planos de uma extasiante plasticidade.
“Verlust” contém a luxúria que se insinua no título em sequências de sensualidade, e a ambientação numa praia de José Ignácio, no Uruguai, ajuda a construir uma atmosfera david lynchiana, principalmente na noite de Réveillon, quando um ser não identificado e mágico encalha na arrebentação e um climão se faz presente na festa e até o fim da projeção.
Esmir relaciona o filme aos tempos da pandemia, o que é quase impossível dissociar. “Adoro retratar a realidade pelo viés da fantasia. Com isso, despertamos sensações, desenhamos planos que contribuem para contar a história. E há, sim, estranheza. Estamos vivendo clausuras e agora todo mundo parou para prestar atenção nas próprias crises”, comenta. “Verlust” fala sobre a ânsia dos que esperam por acontecimentos.
Filmes imperdíveis com cantoras
Nasce uma Estrela (HBO)
Quarta versão para o cinema, o longa de 2018, que já ficou conhecido como “o filme de Lady Gaga”, parte do mesmo arco dramático dos seus antecessores. O meio musical serve de pano de fundo para contar a história de uma mulher que ascende como artista à medida em que se envolve com um grande astro em franca decadência. Então, Lady Gaga e Bradley Cooper são o casal da vez. A trama deles, nos dias de hoje, é evidenciada pelo machismo. Afinal, ao alcançar a fama e o reconhecimento, a personagem de Gaga quase é destruída por seu amor. Indicada ao Oscar, a cantora, mostra sua versatilidade, despida dos figurinos escalafobéticos, e um sensível trabalho como atriz. A balada “Shallow”, de Gaga, aliás, venceu o Oscar de melhor canção.
No cinema, a cantora Cher já tinha mostrado um bom serviço nos filmes “Silkwood” (1983), de Mike Nichols, e em “Marcas dos Destino”, de Peter Bogdanovich. Neles, ela recebeu indicações ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e de melhor atriz, respectivamente. Mas foi com a comédia dramática “Feitiço da Lua” (1987), de Norman Jewison, que ela colocou suas mãos na estatueta.
No longa, Cher dá vida a Loretta, uma mulher prestes a se casar pela segunda vez e com um homem bem mais velho. Pouquíssimo vaidosa e já cheia de fios brancos, ela dá uma guinada de 180º depois que conhece o cunhado, mais novo do que ela. O processo de transformação é divertido e agridoce, executado com maestria pela cantora.
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Procura-se Susan Desesperadamente (MGM/ Amazon Prime)
Madonna já amargou diversos fracassos como atriz, mas também teve seus dias de glória. Especialmente no primeiro filme, o hoje cultuado “Procura-se Susan Desesperadamente” (1985), de Susan Seidelman. Ela interpreta uma trambiqueira de Nova York, que costuma marcar encontros por meio dos classificados, algo impensável hoje em dia. Envolvida em um crime por causa de um par de brincos valiosíssimo, ela acaba atraindo Roberta, uma dona de casa de New Jersey entediada (personagem de Rosana Arquette), para uma grande confusão que envolve as identidades de ambas. A comédia farsesca e felizmente datada imortalizou não só a música “Into the Groove”, mas toda uma época, por causa dos figurinos da cantora, que se mostra muito natural na pele da espevitada e cínica Susan do título, talvez por conhecer a fundo a subjetividade da personagem. Certamente, não poderia ficar de fora nas dicas de filmes imperdíveis com cantoras.
Marília Pêra é Mary Matos, uma atriz frustrada que começa a dar expediente como dubladora do seriado gringo “Mary Shadow Show”, no filme de Cacá Diegues de 1989. A personagem é extremamente ambiciosa e sonha com uma vida melhor, longe do subúrbio carioca. Aliás, conforme vai se deliciando ao dar voz à protagonista, personagem de Rita Lee, passa a desenvolver conversas imaginárias com a própria. Atuando em inglês, língua que domina bem por ser filha de pai americano, a cantora é a grande cereja do bolo dessa comédia. Com ares de Lucille Ball em “I Love Lucy“, Rita se mostra uma comediante de mão cheia e ainda marca presença na trilha com a faixa-título do longa, composição dela e de Roberto de Carvalho. Infelizmente, o filme não está em nenhum canal de streaming. Porém, pode ser encontrado na Cavídeo, de Cavi Borges, clássica e fundamental locadora que resiste no Rio, agora em novo endereço, nas Casas Casadas, em Laranjeiras.
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Renata Araújo Castello Branco é jornalista com 30 anos de experiência como repórter de TV, tendo passado por vários canais do grupo Globo e também colaborado para canais internacionais. Carioca e pós graduada em comunicação, já morou na França, Espanha e EUA e conhece mais de 50 países. Autora do Guia 50 Passeios no Rio, ela também é Embaixadora do Turismo do Rio, e criou a plataforma de turismo de luxo e gastronomia You Must Go! em 2012, onde dá dicas atualizadas do Brasil e do mundo. Atualmente, a jornalista é colunista do Diário do Rio, da Veja Rio e também assina um boletim de turismo na rádio Antena 1 Rio. Fique de olho também no instagram @youmustgoblog.
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