Nova temporada do The Taste Brasil no Canal GNT
Amanhã, dia 10 de março, os chefs André Mifano, Claude Troisgros e Felipe Bronze voltam à TV com a disputa de cozinheiros que acontece às colheradas, na segunda temporada do The Taste Brasil. O programa que vai ao ar às 22:30, no Canal GNT, contará com 10 episódios recheados das mais ousadas criações gastronômicas e muita disputa entre as equipes durante os 60 minutos da atração.
Durante as gravações fomos bater um papo exclusivo com o trio de apresentadores para trazer algumas curiosidades e antecipar um pouquinho do que vêm por aí. Uma das informações que mais impressionam são as quantidades de ingredientes utilizados durante a primeira temporada pelos participantes que faziam comida somente para caber nas colheres. Como por exemplo, 250 kg de frutas, 350 maços de ervas frescas, 100 kg de cebola e 70 unidades de alho poró.
São 106 pessoas envolvidas na produção e no set de filmagem, que foi utilizado por 13 dias – por 12 horas de gravação durante cada um deles; e 500 horas de edição para que cada episódio fique redondinho para ser transmitido na tv.
A seguir estão as respostas dos chefs André Mifano, Claude Troisgros e Felipe Bronze para as perguntas da nossa entrevista:
YMG | Passada a primeira temporada do The Taste, qual a “colherada” do outro que cada um de vocês trazem para essa segunda edição do programa?
Felipe Bronze: Eu fiz uma tatuagem de dragão nas costas por causa do André. Brincadeira…. Dele eu carrego a simplicidade e do Claude carrego tudo, né?
Claude Troisgros: Do André eu carrego na minha colher a loucura total. De manhã eu chego para gravar e já pergunto para a equipe: “O maluco está aí gente? ”. Mas essa loucura boa dele é transmitida para uma culinária que é viva, de tradição, de raíz e gostosa de se comer. Do Felipe eu levo uma colherada de amizade, do moderno, de técnicas moleculares que não fazem parte do meu currículo e eu aprendi com ele.
André Mifano: Do Claude eu carrego o legado dele, que junto de outras poucas pessoas ajudaram a estabelecer a gastronomia brasileira como a conhecemos hoje. Se eles não tivessem começado, talvez nós nem estivéssemos aqui – com um programa de gastronomia na tv. Quinze dias aqui dentro ao lado deles valem por 12 faculdades de gastronomia. Com o Felipe eu aprendi a aceitar o outro e, apesar das diferenças, enxergar tudo de bom que a outra pessoa tem para nos oferecer.
YMG | Nessa segunda temporada do The Taste Brasil por quais novidades o público pode esperar?
Felipe Bronze: Na primeira temporada recebemos muitos jovens talentos da nossa gastronomia, cozinheiros que ainda estão despontando e nessa temporada vamos receber gente de peso, que fizeram a história da gastronomia no Brasil. Abrimos essa segunda edição com um chef que veio junto com o Claude para cá e foi um dos percussores da gastronomia no país. Mas não vou falar quem é para não perder a graça. Na final vem um chef que anda de braços dados com o Claude e que também participou da fundação da nossa cozinha brasileira.
YMG | Em relação a dinâmica do programa? Alguma mudança significativa?
André Mifano: Sim! As provas estão mais elaboradas, mais complicadas. Podem aparecer “condições” surpresas no meio do caminho como, por exemplo, só poder usar colher no preparo da comida e mais nenhum outro utensílio.
Felipe Bronze: Temos também uma regra nova que muda nosso tipo de atuação nessa nova temporada em relação a edição passada na qual nós, os mentores, podíamos influir nas criações que os participantes iriam fazer. Ou seja, aplicávamos um pouco do nosso estilo nessas produções, colocávamos um pouco a mão na massa para dar exemplos práticos aos cozinheiros. Nessa nova temporada seremos espectadores e não poderemos opinar em nada e nem nos envolver na cozinha.
YMG | Aparentemente o nível de habilidade e conhecimento dos competidores nessa segunda temporada do The Taste Brasil é mais elevado, certo?
Felipe Bronze: Não é mais elevado, é MUITO mais elevado! Dos capítulos que já gravamos, houveram colheres eliminadas que doeram na hora de tomarmos a decisão – tínhamos gente tão boa, que poderiam estar na final da primeira temporada.
YMG | Qual o segredo de vocês para coordenarem as equipes de participantes, uma vez que cada um deles foi escolhido apenas pelo sabor da primeira colher que preparam para vocês?
Claude Troisgros: Nós, como profissionais do ramo, sentimos muito mais do que o sabor em uma só colher: sentimos a técnica, savoir faire. Uma colher reflete muito quem é a pessoa que está cozinhando.
André Mifano: Acredito muito nas vibrações energéticas e fazer comida é isso: você coloca a sua energia naquele prato que prepara. E quando como a comida sinto a energia que vem através daquela pessoa que a preparou.
Felipe Bronze: Mas a gente se engana muito também!
André Mifano: É verdade! O participante às vezes só consegue dar conta de fazer uma primeira colher, perfeita, daquelas que impressionam qualquer chef. Mas aí na segunda colher que precisa fazer, não consegue preparar nem um pão com ovo.
YMG | O que vocês pensam sobre os realities shows de gastronomia brasileiros? Acham que eles abordam de fato o conceito da gastronomia nacional ou deixam a desejar nesse quesito, pendendo muito mais para culinárias internacionais?
André Mifano: Não tenho muito tempo para assistir tv. Quando não estamos gravando, estamos dentro nos nossos restaurantes. Mas a minha impressão é de que tanto na televisão quanto nas ruas, tem cada vez mais espaço para a comida de uma maneira geral. E cada coisa cumpre o seu propósito dentro dessa disseminação da cultura gastronômica.
Felipe Bronze: Procuro acompanhar o que rola na tv e acho sim que é positivo ter cada vez mais gente falando sobre comida em rede nacional – isso presta sim um serviço à gastronomia brasileira.
Aqui no The Taste mesmo, os participantes estão sempre utilizando ingredientes nativos, nossas castanhas como o Baru ou produzindo receitas tradicionalmente brasileiras.
O lado triste é quando esses programas enveredam por um caminho que exalta a parte negativa da profissão, focando em ambientes hostis dentro de cozinha, com broncas homéricas de chefs mal-humorados – e isso não existe, não é praxe. Dá a impressão de que o cozinheiro ou quem trabalha dentro da cozinha precisa passar por situações de humilhação antes de se estabelecer na carreira. Isso era uma realidade nas cozinhas dos anos 70, 80…
Claude: O Brasil está passando por uma fase de modismo em relação a profissão de cozinheiro e o status de chef de cozinha. E esse modismo muitas vezes leva ao exagero. Mas na tv sempre temos programas bons e ruins que mostram de vários ângulos a profissão em si.
Felipe: O bacana aqui no The Taste é que transmitimos como nós, mentores, participamos e jogamos junto com os competidores – pois essa é a realidade dentro das cozinhas.
André: A sensação que temos nessa temporada é que não somos mais três mentores com equipes separadas, mas sim uma grande cozinha que trabalha junta. Um vibra pelo sucesso do outro independente de fazerem parte da mesma equipe. No The Taste mostramos que por mais competitiva e cansativa que seja a nossa profissão, é um trabalho de muito amor, união e feito por pessoas que amam o que fazem para pessoas que amam comer.
YMG | Muita gente hoje afirma que vai estudar para ser “chef de cozinha”, mas nunca dizem que serão “cozinheiros”, quando essa é de fato a profissão que se aprende nas faculdades. Como vocês vêem isso?
Claude: Chef de cozinha não é uma profissão, mas sim um momento da carreira de um cozinheiro. Se fosse assim, todos os cozinheiros do mundo seriam chefs de cozinha. Chef parece ser uma profissão fácil, mas não é bem a realidade. É uma profissão muito séria, na qual você rala muito durante os primeiros dez anos: descascando batata, limpando peixe. E a partir daí você inicia uma evolução para talvez ser sous chef ou chef de cozinha – ou não, tem pessoas que apenas não tem perfil para serem chefs de cozinha e isso não deveria ser encarado como um problema ou limitação.
Felipe: Realmente, liderança é perfil e nem todos nascem com essa característica. Algumas acabam adquirindo capacidade de liderança de tanto repetirem comportamentos ao longo da vida. Chef é um cargo no qual você precisa ter bom relacionamento com as pessoas, elas precisam remar para a direção que você aponta – e essa direção tem que fazer sentido para essa equipe. O chef é o maestro da orquestra. Sendo que nem todo chef é um excepcional cozinheiro e nem todo maravilhoso cozinheiro será um ótimo chef. São apenas funções que uns desempenham melhor que outro por suas habilidades e que, todas juntas, são essenciais para que uma cozinha seja excelente.
Depois de toda essa conversa e confirmação da admiração pelos três cozinheiros, só resta ficar grudada na TV para ver a segunda edição do The Taste Brasil!
Por Tamy Roxo, a @boccanervosa
Fotos: Divulgação
Março de 2016
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