Em Barra de Guaratiba, Burle Marx criou o jardim dos sonhos
Por Nathaly Ducoulombier
Foi numa quinta-feira que visitei o sítio Burle Marx pela segunda vez. E me dei conta de que poderia ir toda semana, e ainda assim não faltariam surpresas. Na primeira vez, fui gravar uma matéria sobre o paisagista. Mas foi uma visita corrida, de olho no relógio. Agora pude ver tudo com mais calma. E não dá a menor vontade de ir embora…
O sítio foi comprado em 1949 pelo paisagista e pelo irmão, Guilherme, para abrigar a enorme quantidade de plantas que Burle Marx coletava em excursões pelo Brasil. Era a sede de uma antiga fazenda, a Santo Antônio da Bica. Cada vez mais apaixonado pelo lugar, o paisagista se mudou de Laranjeiras para a bucólica Barra de Guaratiba. E no sítio viveu até morrer, 21 anos depois.
Em pleno maciço da Pedra Branca, o sítio impressiona: Nos 360 mil metros quadrados existem cerca de 3.500 espécies, incluindo plantas da Amazônia, África , Índia, Equador e muitos outros lugares, que se adaptaram muito bem. A sensação de paz é indescritível! Dá pra ficar horas nesse cantinho, só ouvindo o som dos pássaros e o barulho da água correndo…
Caminhando pela estrada de paralelepípedos, chegamos a capela dedicada a Santo Antônio. Construída no século XVII, ela foi restaurada por Burle Marx com a ajuda dos amigos arquitetos Lúcio Costa e Carlos Leão. A capela é um dos tesouros do sítio e muito usada hoje para casamentos e batizados. No dia 13 de junho, dia do santo, os moradores de Guaratiba se encontram no portão do sítio e seguem em procissão até a capela. Depois, é celebrada uma missa.
A poucos metros da capela fica a casa principal, também restaurada por Burle Marx e onde ele morou. Agora funciona aqui o museu com mais de 3 mil peças, obras de arte que o paisagista colecionou ao longo da vida e algumas que ele mesmo produziu. A paixão pelo atesanato fez com que Burle Marx reunisse peças de barro do Vale do Jequitinhonha, terracotas e carrancas. Algumas estão decorando a enorme varanda.
Numa entrevista, Burle Marx disse: ” Gostaria que os que viessem depois de mim pudessem, pelo menos, ver alguma coisa que ainda lembrasse o país fabuloso que é o Brasil do ponto de vista botânico, dono da flora mais rica do Globo.” Claudia Storino, diretora do sítio, afirma com orgulho: “Esse é um acervo único, as pessoas ficam maravilhadas com o jardim. Recebemos visitantes brasileiros, mas a maioria é de estrangeiros. Agora em maio vem um grupo de Portugal. Depois, outro da Bélgica”.
O sítio foi doado por Burle Marx ao Iphan em 1985, 9 anos antes da morte do paisagista. O espaço é aberto ao público, mas não se pode ir direto: tem que agendar a visita com antecedência. São dois horários: 9:30 e 13:30, e sempre os visitantes são acompanhados por guias. Informações pelo telefone 2410-1412.
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