Seguimos em casa, com saudades dos amigos, da família e também dos nossos bares e restaurantes preferidos. E com eles, logicamente vem os chefs que tanto admiramos e que também estão fazendo falta. Afinal, não saímos de casa para comer, apenas para nos alimentar. A gastronomia nos proporciona um grande prazer e com ele, vem a sociabilidade, que tanto faz falta nos dias de hoje. Graças à tecnologia, temos a chance de ver, de vez em quando, os chefs em ação, em uma live aqui e outra ali. Aproveitamos este tempo para conversar com o mais carioca dos franceses. Afinal, estamos ávidos para saber sobre os novos restaurantes de Claude Troigros no Rio e em São Paulo. Além disso, ficamos curiosas para descobrir o que ele tem cozinhado e como está passando por este período de isolamento. Portanto, acompanhe as 5 perguntas que nossa editora-chefe Renata Araújo, fez para o querido Claude. Leia também sobre filmes sobre viagem e gastronomia e receitas de chefs para fazem para fazer em casa.
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-Sim, cozinho todos os dias para quatro a cinco pessoas, estou fazendo uma cozinha tradicional, com a ajuda dos meus 400 livros de culinária. Estou voltando aos livros antigos, tanto franceses, quanto brasileiros. Portanto, tenho feito uma cozinha de panela e poucos ingredientes, para não sujar muita louça e não perder muito tempo. Mas eu passo de 4h a 5h, entre o ato de escolher a receita, cozinhar e comer, mais ou menos! E fico muito feliz porque me tira a depressão de estarmos em confinamento.
Restaurante é legitimamente lugar de aglomeração, como equilibrar isso com as novas regras da retomada?
– Por enquanto, estamos esperando o governo decidir quais serão as restrições. Temos uma ideia, baseado no que está acontecendo na Europa neste momento na reabertura e sabemos que as medidas serão parecidas. Mas, por exemplo, no caso do Chez Claude, a gente vai ter praticamente as mesas do lado de fora, com espaçamento de dois metros entre as mesas. Além disso, os garçons estarão com máscaras, os menus serão plastificados e haverá álcool gel nas mesas. Os cozinheiros vão usar máscara de plástico, luvas, enfim, todas as recomendações serão cumpridas. Para os restaurantes com mesas ao ar livre vai fica mais fácil, enquanto para as casas totalmente fechadas, vai ser mais complicado.
– São formatos bem diferentes, já que na TV não há erros, tudo é gravado e repetimos muito as cenas. No celular, é ao vivo, feito em casa e não em um estúdio, portanto, tudo fica mais solto. O erro acaba ficando engraçado, é espontâneo e você não fica tão preso ao que está falando. Ou seja, é mais dinâmico e também mais verdadeiro.
– O Olympe vai sim para o Leblon, o ponto já está alugado e a obra vai começar. A previsão de abertura é em Novembro. Em um só lugar terá dois conceitos: o do Thomás (Troigros), que se chamará “Toto”. Será um restaurante gastronômico, com a cozinha evolutiva do Thomás, e com uma espécie de balcão, uma chef’s table, cozinha totalmente aberta, com menu degustação a preço fixo e uma boa carta de vinhos! Do lado, no mesmo espaço, será o CT Boucherie, com um conceito repensado, renovado, com grill, peixes, frutos do mar, cardápio vegetariano e além disso, rodízio de legumes. Ele sai da Dias Ferreira para ir para este espaço nobre na Ataulfo de Paiva com a Rua Rainha Guilhermina.
– O Chez Claude São Paulo está pronto para abrir, só estamos esperando terminar a pandemia. Afinal, não queremos abrir com restrições. Estamos aguardando saber o que vai acontecer no mercado. Queremos fazer uma abertura em grande estilo. Não sei responder sobre divergências porque ainda não foi aberto, mas imagino que não haja, até porque atendemos muitos paulistas aqui no Rio. Acho que é uma clientela parecida, com diferenças culturais. O Rio de Janeiro tem sol, praia e uma certa descontração, enquanto São Paulo é uma cidade de negócios, com muitos restaurantes e uma vida cultural agitada e portanto, uma clientela mais exigente, principalmente em termos de serviço. Mas, certamente, isso o tempo que vai dizer.
Por Renata Araújo, Junho 2020
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