Festival Cultural e Gastronômico de Tiradentes 2014

Publicado por
Renata Araujo

Por Monica Barros

Até o dia 30 de agosto acontece a 17º edição do Festival Cultural e Gastronômico de Tiradentes 2014 trazendo muitas novidades. Um verdadeiro mergulho nas raízes do Brasil, o festival esse ano conta também com a presença de renomados chefs internacionais. A ideia era juntar chefs brasileiros com estrangeiros e descobrir novas combinações, sabores e conceitos. O que se vê é o resultado da expedição feita pela Fartura Gastronomia em várias regiões do país. A histórica Tiradentes ferve durante o festival, apesar das baixas temperaturas à noite. Uma delícia para apreciar os ótimos vinhos sendo oferecidos aos turistas.

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Diversos pontos da cidade fazem parte dessa festa, seja com os restaurantes e bares participantes, aulas de culinária e palestras gratuitas, ou lojas vendendo os produtos típicos da região. Mas o agito se concentra nas duas pracinhas do centro histórico, o Largo das Forras e Largo dos Chefs, onde os workshops do Senac estão sendo realizados e diversos restaurantes de Belo Horizonte montaram estações para apresentarem seus cardápios ao público do Brasil todo.

Além de muitas atrações culturais, como grupos de cordel, circenses e teatrais, e entre os músicos o grupo Blues Etílicos, Fernanda Takai e Roberto Menescal.

Nesses primeiros dias de festival, que reuniu 18 mil pessoas, alguns dos convidados para os jantares especiais foram os chefs mineiros Rodolfo Mayer do Angatu, restaurante conceituado em Tiradentes, e Pablo Ozen, que comanda o Garagem Gastrobar em Juiz de Fora. O mexicano Benito Molina do restaurante Manzanilla, considerado um dos três melhores restaurantes mexicanos da década, também contribuiu para o festival, e Thomas Troisgros, do Olympe e T.T.Burguer do Rio, se juntou a Ângela Gonçalves, do Navalho em Boa vista, para preparar um menu diversificado. Outro chef aclamado é o também mexicano Xavier Perez Stone, do Grand Velas Resort na Riviera Maya, do qual já falamos aqui. Seu restaurante Cocina de Autor esteve presente em Tiradentes com o menu exótico trazido por ele. O Camarão com mel de mariposas, sal de gafanhotos e milho com cacto, foram aprovados por quem experimentou.

O You Must Go esteve presente em um desses jantares no primeiro dia do festival, o do chef Leonardo Paixão, do ótimo restaurante francês Glouton em Belo Horizonte. Com harmonizações impecáveis e pratos surpreendentes, fomos sendo conquistados aos poucos até nos apaixonarmos totalmente pelo prato principal. O chef elaborou para entrada um pastel de ostra com molho de umbu e cachaça, com chip de cajá-manga acompanhado de uma taça de espumante francês Sauvion Crémant de Loire Brut. Ótima primeira impressão.

Depois a barracuda em envelope de papel de arroz com banana da terra e manteiga de buriti, com a combinação de vinho branco grego, o Santo Wines Assyrtiko de Santorini, foi outro acerto de Leonardo.

Mas foi com a costela de boi ao molho de café, canjica de milho branco e farofa que ele arrebatou os convidados, nos propiciando experimentar um prato perfeito! Valia a pena repetir, até mesmo para poder saborear por mais tempo o excelente vinho tinto escolhido como acompanhamento, o Mas Oller Plus, da Espanha. Fechamos esse primeiro dia de festival com a sobremesa acompanhada de uma boa taça de vinho do Porto LBV, que serviu de coadjuvante para a torta de chocolate amargo com castanha de pequi, coulis de coquinho azedo, rúcula e açúcar pop para dar uma graça à criação.

Para muitos a noite não acabou aí, pois com a cidade em ebulição, a festa continuava nas pracinhas e bares madrugada à dentro.

No sábado a programação do festival foi bastante intensa, oferecendo a oportunidade dos visitantes aprenderem mais sobre o que estava sendo apresentado nessa edição. Um dos workshops mais procurados foi sobre queijos artesanais brasileiros, com Fernando Oliveira. Além de uma agradável aula sobre o processo de preparo, os participantes puderam degustar diversos tipos de queijo. Entre eles, o suave queijo de búfala do Marajó, e o queijo de cabra de Itapetininga, São Paulo. Uma aula saborosa! Para quem se interessar, irão ocorrer no último fim de semana do festival workshops sobre cafés especiais, vinhos e cervejas, basta se inscrever no estande do Senac localizado no Largo das Forras ou na Pousada Escola Senac.

E por falar em vinho, todos os que estão sendo oferecidos nos jantares do festival estão à venda no mercado Verdemar com preços bem convidativos. Muitos compram e já saem da loja com uma taça na mão e começam a saborear ali mesmo na praça. Clima de festa total!

Diversas opções para o almoço estão espalhadas pelas ruazinhas estreitas. Destacamos o restaurante Estalagem do Sabor. Com arquitetura característica e até uma horta nos fundos, com direito a espantalho e tudo, serve comida mineira de primeira. A estrela é o Mane sem jaleco, com arroz tropeiro, couve e carne de porco, e o frango ora-pro-nóbis, acompanhado de angu. Delícia!

Outra opção bastante procurada para comida mineira é o Dona Xepa, onde pudemos provar o autêntico tutu mineiro.

 

Ali perto, no Largo dos Chefs, os turistas podem degustar e comprar diretamente na praça doces em compotas, como abóbora com abacaxi ou limão Tahiti, queijos variados e pimentas. Uma das iguarias mais disputadas da região é o “Leitão do Luiz Ney”, oferecido na belíssima Villa Paolucci. É preciso fazer reserva para provar esse prato, cuja fama se deve à tradição de mais de cem anos da receita de família e a máquina de “pururucar” inventada por Luiz Ney.

E como nas duas praças as opções gastronômicas são muitas, mesmo quem não participar de um dos concorridos jantares poderá escolher entre os muitos restaurantes mineiros. Destacamos o Archote, que vem agradando com sua moeda de torresmo com mostarda de Cremona mineira, o Boteco da Fábrica com  fondue mineiro à base de polenta, requeijão e ervas, e a Creperia Debret, que serve o Crepe São João Del Rey com tomate seco, palmito, champignon e queijos. Há ainda estandes do Vecchio Sogno, Pau de Angu e Gourmeco, entre outros.

Domingo em Tiradentes nada melhor do que aproveitar para turistar bastante. Passear pelas ruazinhas históricas já é uma atração à parte, com seu casario colonial bem preservado, suas igrejas e museus. A bela Igreja Matriz de Santo Antonio, no alto de uma ladeira, é um dos principais cartões postais. De lá se tem uma vista total da cidade, bem como da magnífica Serra de São José, com seu paredão imponente abraçando a cidadezinha.

Outros pontos turísticos são o Chafariz de São José, de 1749, o Museu da Liturgia, único da América Latina, e claro, diversos alambiques de cachaça. No restaurante Sabor Rural, a pedida é o famoso pastel de angu acompanhado da cachaça da casa. O local fica um pouco mais afastado do centro, mas vale a ida para agradáveis horas em meio ao verde.

Pra fechar com chave de ouro o fim de semana, a escolha para o almoço foi o restaurante participante Kitanda Brasil, da chef Tanea Romão. Dentro de uma linda casinha com redes à disposição dos clientes, mesinhas ao ar livre e um ambiente interno aconchegante, a chef trabalha somente com menu degustação.

 

Fomos presenteados com uma experiência gastronômica única. De entrada, massas de pastel que levam cachaça e pão caseiro para comer com as famosas geleias de café, hibisco e damasco, e claro, um copinho de cachaça para abrir o apetite. Foi servido também  lambari com mel e pimenta e geléia de cupuaçu, e folha de orelha de lebre (o que Tanea chama de hortaliça não convencional), e para beber, suco de capim santo com limão bem refrescante.

Logo em seguida o bolinho de feijão com coulis de pimenta e de coentro deu vontade de repetir. Ainda surpreendendo os convidados, as caipirinhas também fogem do convencional. A de tomate com flor de manjericão e limão é saborosa demais!

Entre os pratos principais, a truta da Mantiqueira marinada no capim santo chegou num delicado prato branco, fazendo contraste com o creme de beterraba que complementa o peixe. E como esse menu é ao mesmo tempo completo e leve, para terminar foi servido a “Bochecha na cerveja”, uma canjiquinha com carne de boi que desmanchava no garfo e na boca. Fechando os trabalhos, a sobremesa de arroz doce quente com flor de laranjeira e geleia de hibisco. Como todos os demais pratos, uma receita simples, mas repensada de um jeito diferente, conferindo o resultado desejado pela chef: sabor com simplicidade.

 

Sensacional encerramento para esse primeiro fim de semana do festival, que continua até o fim do mês e terá estrelas como o chef Jefferson Rueda, do Attimo. Para receber bem a todos, Tiradentes conta com uma grande diversidade de hotéis e pousadas. Ficamos muito bem instalados na aconchegante Villa Real, bem próxima do centro mas ao mesmo tempo longe do barulho das pracinhas agitadas.

Logo depois do check in, um mimo para os convidados: uma linda caixinha de metal do festival com  biscoitos amanteigados. Boas vindas com a cara de Minas! Com arquitetura colonial e quartos bem decorados, a pousada conta com duas piscinas, uma ao ar livre cercada de verde, e uma interna aquecida, excelente para relaxar. Uma lareira na área da recepção aquece em dias mais frios e o café da manhã oferece comidinhas típicas, além de omeletes feitos na hora de acordo com o pedido do hóspede. A Villa Real conta ainda com wi fi e estacionamento, mas é tão pertinho das principais atrações que nem precisa de carro. Muito boa opção para quem quiser se hospedar unindo a boa localização a um lugar acolhedor.

O Festival tem direção de Rodrigo Ferraz e produção da Arte Projeto e Alexandre Minardi . É reconhecido como um dos mais importantes eventos de gastronomia do Brasil, transformando Tiradentes numa festa para os olhos e para a boca!

Fotos: Monica Barros

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Agosto de 2014.

 

 

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