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Caminho de Santiago com conforto

Publicado por
Renata Araujo

Fui convidada pelo Turismo da Espanha para fazer uma parte do Caminho de Santiago com conforto. Quando digo conforto, quero dizer que não precisei carregar todas as minhas roupas em uma mochila, como fazem a maioria dos peregrinos. E como o intuito era conhecer várias regiões, fizemos alguns trechos de carro e assim, tivemos o gostinho de fazer parte do Caminho de Santiago do Norte.

Claro que se você decidir fazer o Caminho, independente do trecho que escolher, você vai a pé. Mas é sempre bom saber que há a opção de levar uma mala em vez de uma mochila, já que existe translado de bagagem (independente do tamanho). São táxis e/ou empresas super confiáveis, que levam a mala de um hotel/albergue ao outro. Basta você digitar no google transporte de equipaje Camino de Santiago que aparecem várias opções. Não vou indicar uma em particular porque não usei nenhuma, já que tínhamos transporte próprio, mas conversei com muita gente que disse ser bem comum entre os peregrinos mais exigentes.

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Outro mito é achar que só é possível ficar em albergues durante o percurso. Isto quem decide é você. Existem vários hoteis para quem quer fazer o Caminho de Santiago com conforto e vou listar aqui algumas opções. Também há ótimos restaurantes em várias cidades e pontos turísticos – principalmente igrejas – que valem ser conhecidos. Vou destacar então onde vale a pena passar no Caminho de Santiago do Norte.

Clique aqui para ver nosso vídeo e saber mais sobre o Caminho de Santiago:

Caminho de Santiago no País Basco

Nosso Caminho começou no País Basco. Voamos de Iberia de São Paulo a San Sebastian, a capital. Se quiser conhecer um pouco de San Sebastian, famosa por sua gastronomia de excelência e seus típicos pixtos – aqueles petiscos que vem com os palitos espetados, clique aqui e leia meu post.

Almoçamos no restaurante Branka, que tem comida típica e uma linda vista para o mar. Ali pertinho, fica o Monte Igueldo, de onde se vê uma panorâmica da cidade.

Conhecemos a pequena e simpática Hondarribia, cidade de praia, a 20kms de San Sebastian,  de apenas 16 mil habitantes e onde fica o aeroporto de San Sebastian. Suas casas coloridas encantam quem passa por ali. Deu até vontade de ficar mais tempo.

Jantamos no restaurante Kirkilla Enea – que recomendo bastante, com comida sofisticada e ambiente descontraído, de mais de 30 anos e dormimos no charmoso e prático hotel Zerupe, no pueblo de Zarautz, outra cidade de praia – com suas barracas típicas listradas – e muito procurada por surfistas.

No dia seguinte, começamos o Caminho propriamente, e fizemos o trecho de Getaria a Zumaia. Esta é uma parte deslumbrante do Caminho do Norte, já que beira o litoral e nos deparamos com enormes falésias. Também passamos por vinhedos e por muito verde. Foi bem tranquilo de andar, com apenas algumas subidas.

Durante o  percurso, vê-se um pouco de tudo: jovens, velhos, casais, solitários, ciclistas e por aí vai. A grande dica é ir sempre seguindo a setinha amarela, o símbolo do Caminho de Santiago. Vale comentar, que, apesar de ter começado por motivos religiosos, na Idade Média, hoje, cada peregrino tem um motivo particular que o leva a fazer o Caminho e não necessariamente religioso, afinal, ele pode ser encarado como uma analogia da nossa própria vida, que não deixa de ser um Caminho.

Getaria é conhecida pelo Museu de Balenciaga e sua arquitetura dos séculos X e XI chama a atenção. Destaque para o restaurante Elkano, com uma estrela Michelin.

Passamos pela cidade de Guernica, bombardeada em 1937 e homenageada por Picasso em seu famoso quadro. Tivemos um ótimo almoço no restaurante Zallo Barri.

Finalmente chegamos a Bilbao, cidade grande e onde fica o famoso Museu Guggenheim e fomos para Getxo. Jantamos no restaurante moderninho Sukam e dormimos no Hotel Artaza. Era a última parada no País Basco ou Viscaya, como eles chamam.

Caminho de Santiago na Cantábria

Chegamos então na Cantábria, na pequena e encantadora Santillana del Mar, com sua imponente igreja do século XI. A cidade vale a pena ser visitada e suas construções parecem até serem cenográficas de tão perfeitas. Tem ótimos hoteis ali, Como o Casa del Marques, e o Parador Gilblas, diga-se de passagem, já que é mesmo um ponto turístico da região e uma cidade realmente fofa!

Depois, caminhamos mais 5 kms até San Vicente de la Barquera, trecho que dá para fazer pela praia (na areia) ou à beira da estrada, que foi o escolhido e tinha um visual lindo. Um trajeto fácil, limpo e organizado, sempre com desenhos no chão para ninguém se perder.

Jantamos e passamos a noite em Potes. Diga-se de passagem, em um dos restaurantes mais simpáticos da viagem, com cara de casa de amigo e comida simples, porém maravilhosa.

No dia seguinte, andamos pelo Caminho Lebaniego, que é um caminho paralelo ao oficial e liga o Caminho do Norte ao Caminho Francês. Como se sabe, existem vários caminhos que levam ao “Caminho” propriamente dito. A paisagem deslumbrante dos Picos da Europa – muito popular entre os alpinistas, devido suas condições climáticas parecidas com a do Himalaia – chamou a atenção de todos.

Conhecemos o imponente Monastério de Lebaniego, onde supostamente estão guardados restos da cruz de Cristo. Passamos pelo lindo pueblo Collado de la Hoz e registramos as charmosas casas com flores na janela.

Caminho de Santiago nas Astúrias

Chegamos então a Astúrias, ao pueblo de Bustio, LLanes, bem turístico, na fronteira com a Cantábria e conhecemos um pouco da arquitetura indiana, típica da localidade. A cidade faz parte da Costa Verde espanhola e também do Caminho de Santiago.

Jantamos no Restaurante El Retiro, que tem uma estrela Michelin, e dormimos no hotel  La Posada de Babel. Na manhã seguinte, andamos 6kms até desde Arenal de Moris até La Isla e vimos mais belas praias, como a da Espasa. A limpeza durante todo o percurso mais uma vez chamou a atenção. Alguns peregrinos fazem piquenique durante o trajeto – há, inclusive mesas próprias pra isso – mas o lixo é sempre retirado cuidadosamente.

Chegamos então a Oviedo, capital da Astúria e a cidade mais turística da região. Tivemos um farto almoço na Casa Amparo, com comida típica da região, cozido e favada e um jantar maravilhoso no restaurante El Retiro, de cozinha típica asturiana com toques de autor e uma estrela Michélin.

E passamos a noite no que viria a ser o melhor hotel da viagem: Palacete Peñalba, construção do início do século, projetado por um discípulo de Gaudí.

Caminho de Santiago na Galícia

No sexto dia de viagem, finalmente chegamos à Galícia, nossa última parada antes da capital Madri. Fomos à Playa de las Catedrales, considerada uma das mais bonitas do mundo, devido suas enormes pedras. Tanto é, que o acesso é restrito e é preciso uma autorização do turismo local para entrar.

Fomos depois a Mondoñedo, que tem um centro histórico tombado, e uma bela catedral do século XIII. Também se destacam o  Santuario de los Remedios, o Hospital de San Pablo, o Convento de la Concepción, o Monasterio de Los Picos e o Real Seminario Conciliar de Santa Catalina. O almoço foi no tradicional restaurante Montero, bem gostoso.

Passamos também pela pequena Luarca, onde o tempo parecia ter parado, com suas casinhas típicas e seu povo bem espanhol.

No dia seguinte, finalmente chegamos ao destino final: a cidade de Santiago de Compostela, lugar lindo e mágico. Patrimonio da  Humanidade desde 1985, Santiago de Compostela atrai peregrinos do mundo inteiro. É a cidade mais cosmopolita da Galicia.

O centro histórico, impressiona, com a imponente  Catedral e o Pórtico de la Gloria. As praças emblemáticas como a Obradoiro, Quintana e Toural se destacam, além de dezenas de igrejas, conventos e palácios em diferentes estilos: romano, gótico e barroco.

O Mercado de Abastos, fundado nos anos 40,  também é uma parada obrigatória para os amantes da gastronomia.

Um programa imperdível em Santiago – independente da sua religião – é assistir à Missa dos Peregrinos na famosa Catedral. Não há como não se emocionar ao vê-los chegar pouco a pouco, cada um em seu estilo e de um país diferente. A missa é realizada diariamente ao meio-dia e não apenas em espanhol, como também em inglês. Os nomes dos peregrinos são anunciados assim como suas procedências. Em algumas missas, é usado um defumador gigante e lindíssimo, muito comum na Idade Média para espantar o mau odor dos peregrinos.

Em Santiago nos hospedamos no hotel Eurostars Araguaney, bem confortável, central e prático.

Fazer o Caminho de Santiago – declarado Patrimônio da Humanidade em 1993 – é uma experiência incrível, independente da motivação de cada um. Lembrando que a melhor época é de  Junho a Setembro, já que a partir de Outubro escurece logo depois das 18hs e no inverno venta bastante.

Agradeço ao Turismo da Espanha e à Iberia por esta viagem que vai ficar na memória.

Texto e Fotos por Renata Araujo

Novembro de 2015.

Leia mais:

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Hotel Unico, no bairro mais badalado de Madri

Salamanca, cidade histórica espanhola

Os melhores bares de tapas de Madri

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Renata Araujo

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