Na semana do Dia Internacional da Mulher, a coluna You Must See!, de Guilherme Scarpa, presta uma homenagem a talentosas cineastas brasileiras e estrangeiras e lista 10 filmes dirigidos por mulheres.
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Nunca subestime uma mulher! É bom lembrar e não só no Dia Internacional da Mulher. Eu nunca subestimei. Fui criado por uma mãe super guerreira e sempre tive à minha volta grandes potências femininas tanto na família quanto no círculo de amigos. Então, na minha casa, nunca se diminuiu uma mulher por quaisquer motivos e, portanto, acho que cresci um pouco menos machista do que a maioria dos homens, espero. Profissionalmente, nas redações por onde passei, aprendi demais com mulheres inteligentíssimas e desbravadoras – a editora do You Must Go, Renata Araújo, é, sem dúvida, uma dessas. Aliás, o protagonismo feminino está presente nos quatro curtas que dirigi.
Contudo, sabemos que o preconceito e a misoginia estão longe de acabar e, por isso, é sempre bom tocar no assunto. Felizmente, há duas semanas, pela primeira vez em 37 anos, uma mulher venceu o Globo de Ouro de Melhor Direção, em um ano em que outras duas diretoras também concorreram, o que é bem raro. Então, apesar de sempre ter havido mulheres na indústria, poucas foram as vezes em que os trabalhos delas como diretoras tiveram o seu merecido reconhecimento. Enquanto “Nomadland”, da recém-premiada Chloé Zhao não chega por aqui, vamos à lista de 10 filmes dirigidos por mulheres de tirar o chapéu, que you must see!
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A diretora Kathryn Bigelow se tornou em 2010 a primeira e única mulher até hoje a receber o Oscar de Melhor Direção. Só para se ter uma ideia, apenas outras quatro foram indicadas em mais de 90 anos do prêmio. Então, o violento longa, que arrebatou ao todo seis estatuetas, incluindo Melhor Filme, narra a trajetória do esquadrão americano antibombas em uma difícil missão no Iraque. Eletrizante do início ao fim.
Primeira direção da multitalentosa Barbra Streisand, vencedora de dois Oscar – um de melhor atriz e outro de melhor canção -, o longa volta ao final do século XIX para contar a história de uma mulher, vivida pela própria Barbra, que se disfarça de homem para poder ter acesso a conhecimentos permitidos apenas aos homens na religião judaica. Assim, o musical foi indicado a 4 Oscar e Barbra venceu o Globo de Ouro de Melhor Direção em 1984.
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Exibido no Festival de Cannes de 2019, o longa de Céline Sciamma conta a história de uma pintora (Noémie Merlant) contratada para fazer, às escondidas, o retrato de uma jovem obrigada a se casar com um homem que não conhece, em pleno século XVIII. Então, com essa proximidade, as duas lutam contra seus próprios sentimentos, e acabam se entregando a uma violenta paixão no belíssimo longa.
O longa de Susanna Lira, Melhor Documentário e Melhor Direção no Festival do Rio de 2018, lança um olhar sobre as presas políticas da ditadura. E mostra o que essas destemidas mulheres enfrentaram, de fato, nos anos de chumbo. Muito tocante e urgente, o filme conta com a participação da ex-presidente Dilma Rousseff e é um dos mais impactantes trabalhos da diretora, sempre atenta e sensível às causas políticas e sociais.
Vencedor do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Sundance em 2015 – dividido por Regina Casé e Camila Márdila – e também vencedor da mostra Panorama na Berlinale como Melhor Filme. Então, o longa da diretora Anna Muylaert, uma das poucas brasileiras votantes do Oscar, coloca em primeiro plano a relação entre patroa e empregada. Elas são vividas pelas maravilhosas Karine Teles e Regina, respectivamente. Sendo assim, episódios de hipocrisia, discriminação e luta de classes denunciam o caráter das pessoas da sala de jantar.
Adaptação da obra homônima de Clarice Lispector, o longa da diretora Suzana Amaral (1932-2020) é considerado um dos 100 melhores filmes brasileiros, de acordo com a Abraccine. Grande vencedor do Festival de Brasília em 1985, o filme conta a história de Macabéa (a talentosa Marcélia Cartaxo), uma semianalfabeta que leva uma vida de cão e é limitada intelectualmente. Prestes a viver uma virada em sua miserável vida, ela vai se consultar com uma cartomante (Fernanda Montenegro). Obra-prima.
Rainha das comédias românticas inteligentes, a diretora e roteirista indicada ao Oscar Nora Ephron (1941-2012) recria o clássico “Tarde Demais para Esquecer” aqui. Sendo assim, Tom Hanks e Meg Ryan se conhecem através de um programa de rádio e acabam marcando um encontro no topo do Empire State Building em Nova York. Hoje em dia, eles fariam ligação de vídeo antes, sem dúvida. Envolvente e com uma trilha sonora inspirada, o longa encanta e diverte com bons diálogos e o carisma dos atores. Um neoclássico.
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A diretora neozelandesa Jane Campion em um de seus melhores momentos, sem dúvida. O filme vencedor de três Oscars – Melhor Roteiro para a diretora, Melhor Atriz (Holly Hunter) e Melhor Atriz Coadjuvante (Anna Paquin, em seu primeiro papel) é de uma plasticidade belíssima. Conta a história de uma mulher que ficou muda após um grande trauma. Então, viúva, ela é vendida a um homem por sua família, contra a sua vontade, e se apaixona por outro homem (Harvey Keitel). A castração feminina é um dos temas abordados nesse filme.
Filha de Francis Ford Coppola, Sofia Coppola entrou para restrito rol de mulheres indicadas ao Oscar de Melhor Direção pelo longa estrelado por Bill Murray. Venceu na categoria de Melhor Roteiro Original, em 2004. No Japão, ator frustrado se conecta a uma linda mulher (Scarlett Johansson), casada com um fotógrafo. Então, em comum, os dois experimentam uma tremenda solidão e o peso de suas existências, além da barreira da língua – um dos meus filmes prediletos, aliás.
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Impossível não citar aqui a genial diretora francesa Agnès Varda. Em deslumbrante fotografia em preto-e-branco, esse clássico da Nouvelle Vague conta a história de uma mulher (Corinne Marchand) à espera do resultado de um exame. Então, enquanto aguarda o laudo que dirá se tem câncer ou não, ela se vê imersa em diversos questionamentos sobre a própria existência. Segundo lista da BBC, este é o segundo mais importante filme dirigido por uma mulher.
O novo filme de Julia Rezende, que estreou nos cinemas no último dia 25, é o sétimo longa-metragem da jovem diretora. Aliás, ela é filha do cineasta Sérgio Rezende, tem 34 anos, e vem despontando como um dos maiores talentos de sua geração. A dramédia estrelada por Débora Falabella é inspirada na vida da escritora Tati Bernardi. Então, narra as alegrias e angústias de uma mulher bastante ansiosa que se sente muitas vezes dissonante em relação ao mundo.
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Texto por Guilherme Scarpa. Março 2021.
Fotos reprodução.
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