Por Renata Araújo
Um jantar de Oro é o que podemos esperar do restaurante do chef Felipe Bronze no Jardim Botânico; sempre uma viagem! Uma viagem através de sabores, odores, regiões do Brasil e às vezes um pulinho em outros países. Felipe é um chef que está sempre inovando, faz pesquisas baseadas na sazonalidade dos ingredientes brasileiros e como consequência, seu menu degustação traz constantes surpresas. Sem contar a linda apresentação dos pratos que faz a gente ter pena de desmontá-los para comer. Já tinha jantado lá uma vez, como você pode conferir aqui e fui novamente convidada para provar as novidades.
Nossa noite começou com as entradas: milharal, cones e espuma de milho doce com catupiry e pó de pipoca, servido em um suporte metálico que lembra uma árvore; um aperitivo delicado, que se desfaz na boca, e que tem sabor intenso de milho. Já o bife a cavalo é inversamente proporcional ao tamanho real do prato, pequeno, mas rico em sabor. Um caldo denso de carne serve de base para uma gema de ovo na qual o chef injetou parte do caldo.
Outra novidade é o caiu na rede, uma rede de tapioca com manjubinha defumada e sagu de tucupi.
Desta vez, me chamaram muito a atenção os frutos do mar: os lagostins e cenouras, com caldo de mocotó e farinha de coco do Acre e o filhote e pirarucu, dois peixes brasileiros de água doce muito saborosos. O primeiro, com beterraba, limão galego e cumaru, a baunilha brasileira. O pirarucu, considerado o bacalhau brasileiro é acompanhado de feijão guandu, pimenta de cheiro e picles de quiabo.
Quem gosta de carne de porco, vai poder se esbaldar na novidade: nós amamos porco, explicado no cardápio como “mais que um prato, uma declaração de amor”. Pequenas e saborosas porções, como um sanduíche de orelha de porco confit com catchup de goiaba e ostelinha no molho chinês à base de amendoim, entre outros. Os menus também ganharam novo formato: podem ser de cinco, sete, nove ou 21 cursos, este último apenas sob reserva.
Outra novidade é que para a temporada Bronze aposta num menu degustação inteiramente vegetariano, chamado Oro Vegetal, com nove cursos, opção que faltava no restaurante para quem não come carne ou frutos do mar.
A hora da sobremesa no Oro sempre eleva nossas expectativas e desta vez, o chef se superou! Não me saem da memória os fofos e deliciosos churros com doce de leite, o brigadeiro perfeito e o creme de paçoca servido num copinho para comer com a colher. Simples e maravilhosos!
E o Rio de Janeiro mais uma vez foi homenageado. Na sobremesa batizada de PF: mini arroz doce, licuri, chocolate, limão galego, bacuri, taperebá, castanha do Brasil, a estética do prato é uma brincadeira que remete à tradicional refeição do carioca, o clássico “arroz com feijão e ovo”. Divertido e original!
A delicadeza de cada prato, a mistura de sabores, o cuidado dos garçons ao servir e explicar todos os detalhes cada vez que vem à mesa fazem parte do serviço impecável e da experiência única que é jantar no Oro, um restaurante que poderia estar em qualquer lugar do mundo e por sorte nossa, está no Rio! Leia também:
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