Por Renata Araujo
Jantar no Oro, é muito mais do que fazer uma refeição, é uma experiência. O premiado chef Felipe Bronze não cansa de ser renovar e desta vez sofisticou o cardápio de uma tal forma que dá vontade de dar uma passada lá toda a semana.
E o que chama mais a atenção, é a sensação de comer quase dez pratos e não sair empanturrado. O ritmo do jantar no Oro é perfeito e o tamanho das porções é na medida: conseguimos entender o prato por completo e saímos até muitas vezes com vontade de comê-lo de novo. Isso sem contar a belíssima apresentação, um show à parte, e com louças super elegantes e exclusivas, vindas diretamente da Espanha.
Nosso jantar no Oro começou da maneira mais exótica possível com sorvete de ostra em cone de alga, com um toque de formiga saúva e crocante por cima. Depois, vieram novos snacks bem delicados: “sushi” de atum, onde o peixe, marinado com toque de yuzukoscho — tempero japonês à base de pimenta e do limão oriental yuzu — servido sobre um biscoito super crocante de arroz e com compressa de melancia. Gostei bastante.
Também vieraram: espuma de castanhas do Pará cruas servida com picles de maxixe — semelhante ao ajoblanco andaluz, à base de amêndoas e alho; e a lula com pimenta baniwa, produzida por uma tribo indígena do Norte do país servida com “peixinho da horta” – uma verdura “secreta” servida em forma de tempura, com sabor semelhante ao de um peixe recém pescado e frito. Mas meu preferido foi o “porquinho” à pururuca, um torresmo feito a partir de pó de barriga de porco e espessante de fécula de batata.
Adorei o bife a cavalo, comido de uma concharada só, e o “ovo estrelado”, com gema cozida a 75º e servida com espuma de batata. A aparência do prato lembra propositadamente a um ovo frito, mas é uma brincadeira que revela uma surpresa, a começar pela couve refogada no alho, com mini croutons escondida sob a gema. Entre os peixes, black cod, peixe do Alasca, parecido com o bacalhau – mas com um sabor bem especial – marinado no missô, cachaça e rapadura, servido com espesso caldo tostado de galinha e acompanhado de pupunha fermentada na mesma marinada.
Para encerrar a orgia gastronômica no Oro, uma variedade incrível de sobremesas, servidas em um belo prato redondo, como convém e batizada de “Brasilidades”. Mesmo quem não é muito de doce, vai acabar encontrando um preferido ali, entre cheesecake de queijo minas do Vale das Palmeiras, goiabada artesanal e chips de goiaba; mousse de doce de leite com biscoito goiano, feito na casa, com queijo Serra da Canastra; brownie e mousse de chocolate com frutas vermelhas e semente de cacau; twix de fubá com chocolate e doce de leite com flor de sal; torta de limão com tapioca caramelizada e chips de limão; pipoca doce com toque de cumaru e, como não poderia faltar, minha preferida: os brigadeiros Oro.
Destaque também para os fofos e deliciosos mini churros com caramelo e flor de sal. Eles foram incorporados agora devido ao sucesso absoluto, plenamente compreensível.
O jantar no Oro foi devidamente harmonizado, começando com uma leve cava espanhola, passando por rótulos da Itália e outros do novo mundo: Argentina,Chile e Nova Zelândia. O Oro ainda conta com um ambiente elegante e aconchegante, trilha sonora de muito bom gosto.
Uma noite em que a gastronomia é a protagonista e se for acompanhada de boa conversa, fica ainda mais prazeirosa. O serviço atento da equipe e as legendas necessárias a cada prato sempre ajudam. Sem contar com a visita do mestre Felipe à mesa, de tempos em tempos, contando detalhes de sua criação e ávido por saber nossa reação. O restaurante Oro é daqueles que vale muito a ida para uma data especial ou simplesmente para um daqueles dias em que queremos nos presentear.
Para reservas, acesso o
site do restaurante.
Fotos: Renata Araujo
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Setembro de 2014.
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