Vamos fazer hoje um roteiro de Santiago do Chile. Sou apaixonada por viagens e gastronomia, já morei nos Estados Unidos, Suíça e França e agora estou descobrindo o mundo dos vinhos chilenos. Então, sempre vale a pena dar dicas do Chile, nosso encantador país vizinho.
Vamos ao post da guest writer Júlia Frischtak.
Nesses seis meses morando no Chile, eu descobri que Santiago não é uma cidade óbvia. Quer dizer, os lugares mais charmosos e interessantes não estão necessariamente nos guias turísticos, nem na ponta da língua dos Santiaguinos. Muitas vezes, tive a sensação de já ter visto tudo que existe de bacana na cidade. Mas aí viro uma esquina, encontro um restaurante charmoso, uma lojinha inusitada, e entendo, felizmente, que ainda não a decifrei totalmente.
Todo turista que visita Santiago percorre um roteiro que geralmente inclui o centro histórico da cidade. Pra quem visita pela primeira vez, recomendo conhecer o centro cultural da sede do governo, o Palácio de La Moneda. Pode ser um destino previsível, mas lá já vi ótimas exposições e também encontrei uma loja de artesanato chileno com excelente curadoria. E se for pra almoçar ou tomar um café por ali, o Blue Jar é uma opção deliciosa.
Esse mesmo roteiro turístico também inclui a La Chascona, uma das três casas que pertenceram ao escritor Pablo Neruda e fica em Bellavista, bairro boêmio que frequentemente comparo com a Lapa carioca (turístico, sujo e divertido). Também acho um passeio válido para aqueles que se interessam pela obra e história do escritor ou por vida noturna em geral.
Contudo, acho que meu encantamento com a cidade surgiu uma vez que conheci os bairros Lastarria e Belas Artes, a parte “Europeia” de Santiago. São bairros antigos que caíram em decadência quando a cidade começou a migrar para o lado leste (Las Condes, Vitacura e La Dehesa).
Na década de 90, os bairros começaram a ser revitalizados e hoje estão repleto de restaurantes, lojas e cafés charmosos. Aliás, o Bairro Lastarria receberá em 2014, o segundo hotel The Singular—do mesmo grupo que construiu o incrível (e super comentado) The Singular Patagônia.
Recomendo começar pelo Centro Cultural Gabriela Mistral, uma construção moderna e impressionante que também abriga exposições, e depois percorrer as ruas José Victorino Lastarria e Merced, além do Parque Florestal. Vale parar e tomar um sorvete no Empório La Rosa e não deixem de fazer um happy hour (ou jantar) no charmoso Bocanariz, wine bar de vinhos exclusivamente chilenos e onde todos os garçons são sommeliers in-training.
Se ao conhecer Lastarria fiquei encantada, eu diria que ao descobrir o Bairro Itália fiquei empolgada. Aqui sim, se vê uma cidade em mutação. Este bairro, que fica entre as comunas de Providencia e Ñuñoa, era até pouco tempo um bairro de classe média, repleto de casinhas simples, oficinas mecânicas e antiquários.
Aliás, tudo isso continua lá, mas agora muitas das casinhas estão sendo convertidas em galerias, lojas e cafés descolados que juntos fazem do Bairro Itália o destino de design da cidade.
Sugiro ir de taxi até a esquina da Avenida Itália com Santa Isabel e começar com um brunch super completo no lindo Café de la Candelária. De lá, o bacana é explorar cada uma das casas antigas. Toda vez que vou, descubro algo novo, mas sempre volto na Popular Design (pelos móveis de design com preços bastante em conta) e na Galeria Formato (pelas obras acessíveis de novos artistas chilenos). E pra quem estiver interessado num almoço mais substancial, recomendo sentar em uma das mesas externas do Santa Bohemia e pedir o típico pastel de jaiba (quase um escondidinho de caranguejo) com um pisco sour.
Falando em pisco sour, um dos melhores que já tomei em Santiago foi no restaurante Mestizo, que tem uma vista linda para um dos parques mais bonitos da cidade, o Parque Bicentenário. A comida é internacional com toques chilenos e além de ser um dos poucos em Santiago que abre aos domingos, serve de ponto de partida para conhecer o bairro de Vitacura.
Neste bairro, que não podia faltar neste roteiro de Santiago do Chile, se encontram as lojas chiques, galerias prestigiosas e alguns dos restaurantes mais badalados da cidade. O movimento se concentra na Av. Alonso de Córdoba e na Av. Nueva Costanera, mas na verdade Vitacura é um bairro grande e bem espalhado. Quem quiser uma pausa da comida e bebida tipicamente pesada do Chile, deveria conhecer o fofíssimo Quinoa, um restaurante vegetariano onde até as saladas são de comer de joelhos e infelizmente, os muffins também.
Como disse antes, ainda estou descobrindo a cidade mas fiz questão de escrever logo este roteiro de Santiago do Chile. Quero explorar melhor Providencia (que chamo carinhosamente de Copacabana do Chile, pela diversidade e pelo caos), o Bairro Brasil, o mercado La Vega e também os muitos passeios de final de semana possíveis na região. A cidade que achei ter decifrado logo no primeiro mês, na verdade está vivendo um momento de transformação, e pretendo descobrir todos seus encantos antes de me despedir. Agora, com este roteiro de Santiago do Chile, fica mais fácil você desvendar a cidade.
Dicas extras:
Hospedagem: The Aubrey e o Ritz-Carlton
Restaurantes: Além dos mencionados acima, recomendo 100% o Osaka, La Mar, Baco, e Europeo.
Fotos: Pedro Valente (marido da Julia) e Julia Frischtak
Fevereiro de 2014
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